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Desafio aos deuses

Diogo Matheus Diogo Matheus Seguir 26/01/2015 · 3 minutos de leitura
Desafio aos deuses
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Desafio aos deuses do autor Peter Bernstein apresenta uma análise sobre o papel do risco em nossa sociedade, contada através de uma narrativa rica em detalhes, que aborda desde filósofos gregos até matemáticos, cientistas e jogadores, visando métodos de pôr o futuro a serviço do presente, que resultou na administração de riscos como conhecida hoje.

Sumário

  1. O vento dos gregos e o papel dos dados
  2. Fácil como I, II, III
  3. O jogador do renascimento
  4. A conexão francesa
  5. As noções notáveis do homem das noções notáveis
  6. Considerando a natureza do homem
  7. A busca da certeza moral
  8. A lei suprema da irracionalidade
  9. O homem com cérebro torcido
  10. Ervilhas e riscos
  11. A estrutura da felicidade
  12. A medida de nossa ignorância
  13. A noção radicalmente distinta
  14. O homem que contava tudo, exceto calorias
  15. O estranho caso do corretor anônimo
  16. A falta de invariância
  17. A polícia da teoria
  18. O sistema fantástico de apostas laterais
  19. A espera da turbulência

Capítulo – Fácil como I, II, III

Neste capítulo o autor explora o sistema de numeração indo-arábico, introdução do zero na matemática e o liber abaci, livro do ábaco de Leonardo Pisano, conhecido como Fibonacci, que apresentou os números como conhecemos hoje ao ocidente, após viagens pelo Egito, síria, Grécia, Sicília e Provença. Em uma das passagens do liber abaci, Fibonacci descobriu uma espécie de milagre matemático, uma sequencia numérica no qual cada número sucessor é a soma dos dois precedentes, que hoje é conhecida como sequencia fibonacci, que desde sua descoberta foi assunto para diversos artigos.

Embora seja difícil imaginar, ainda neste capítulo é apresentado um histórico de como os cálculos eram realizados com números romanos ou palavras gregas. Os números como conhecemos hoje são os pilares para muitas das descobertas e evoluções recentes.

Capítulo – O homem com cérebro torcido

Francis Galton, primo de Charles Darwin, apesar de nunca ter trabalhado na vida, fez diversas contribuições durante suas pesquisas e medições, sua obsessão, “Sempre que puder, conte”, costumava dizer. Galton tomava nota do tamanho de cabeças, narizes, etc. Certa vez criou um mapa da beleza da Grã-Bretanha, onde as moças de Londres foram eleitas as mais bonitas.

Em 1893 após estudar a natureza do corpo humano, Galton publicou um livro de duzentas páginas sobre as impressões digitais, que ao contrário das outras partes do corpo não muda sua configuração a medida que a pessoa envelhece. Logo após sua publicação as impressões digitais foram adotadas pela polícia.

Porém sua maior contribuição para administração dos riscos ocorreu após estudar as características da hereditariedade, tentando descobrir como o talento persiste geração após geração, procurando identificar “naturezas proeminentemente nobres”, nomeando esse campo de estudo de “eugenia”. Depois de ler a obra de Quetelet sobre aplicabilidade da distribuição normal, Galton propôs um princípio que passou a ser conhecido como regressão à média.

“Regressão à média é a tendência do tipo filial médio ideal de afastar-se do tipo paterno, revertendo ao que podemos grosseiramente e talvez justamente descrever como o tipo ancestral médio”.

O princípio da regressão à média revolucionou diversas áreas, principalmente a economia e o mercado de ações, além de servir como fonte filosófica, sendo classificada pelo próprio Galton como equilibrada, onde os sucessores dos indivíduos atípicos estão predestinados a aderir à multidão no centro.

Conclusão

Trata-se de um livro de leitura leve, ideal para quem gosta de conhecer não só as descobertas que levaram aos métodos que usamos hoje na administração de riscos, mas também as pessoas envolvidas, suas histórias e motivações. Os personagens apresentados no livro são muito semelhantes aos abordados em O Andar do Bêbado, de Leonard Mlodinow, porém através de um foco diferente.